10 de maio de 2014

FURRUNDU -DOCE MATO-GROSSENSE


Foto: Brunno Covello / Agnêcia de Notícias Gazeta do Povo
MOISÉS MARTINS

“Furrundu”

Parece que ainda sinto o cheiro exalado do tacho de cobre, comprado de um cigano, que sempre estavam presentes em Cuiabá, na época do: Pote, Moringa e Panela de Barro, relembrando o início da nossa TV. Centro América (Eugenia Paredes) sob a batuta de Antonieta Ries Coelho. Que saudade! Mas... o doce fervilhava na sua ebulição, na mistura da rapadura cera e o tronco do mamoeiro, que produz uma fibra gosmenta, estando nisto a diferença do doce de mamão, com o Frurundu. Hoje estão a fazer o doce de mamão, como se fosse o Furrundu. Na ânsia de capturar e perpetuar nossas coisas, produzi uma letra chamada Furrundu: “Furrundu doce do pau, do pau do mamoeiro, mais parece com uma dança, mas é só doce caseiro. O leite que dele escorre, quando o pau é decepado, lembra um certo caldinho grudento que nem melado. O choro do pau no leite, que nem sentimento tem, o leite contigo fica a doçura comigo vem!” 

Agora eu pergunto? Em que parte do planeta vamos encontrar uma gastronomia como esta? Em Paris, na Itália e demais países europeus, nos Estados Unidos, Ásia, África, Austrália? Jamais, somente em Cuiabá a eterna capital de Mato Grosso, encontraremos. Se o doce de mamão é apreciado imaginem o Furrundu! 

Nossa gastronomia tem sido deturpada, mormente nas peixarias, onde servem ventrecha de “Tambacu ou Tambaqui”, como se fosse de Pacu, e até peixe assado como se fosse piraputanga, ou outro peixe de Cuiabá. E isso nas nossas barbas, sem que entendamos, que a cultura do nosso povo reside em grande parte na sua cozinha. E agora, que poderemos receber inúmeros turistas, não permitamos a propaganda enganosa! 

As vestimentas coloridas e belas do Siriri vêm sendo trocadas por coloridas sedas, lembrando-nos muito mais um bloco carnavalesco, que um grupo folclórico de Siriri. Não se perpetua uma cultura, mudando de tempo em tempo a sua forma e o seu mérito. Miremo-nos no exemplo da cultura Grega, a Ilha de Creta é a mesma, e o Minotauro, também, repassada de geração em geração, surgindo então a perpetuação da cultura. 

* MOISÉS MARTINS é escritor 


Doce Aquidauana (Furrundu)

por Igor Pacheco
  • Menu:doce, sobremesa
  • Ocasião:Outros
Foto: Brunno Covello / Agnêcia de Notícias Gazeta do Povo
    Ingredientes
    • 2 kg de mamão formosa verde
    • 500 g de rapadura
    • 500 g de queijo coalho em barra
    • 50 g de gengibre raspado
    • 80 g de cravo da índia
    • 100 g de canela em ramo
    • 20 g de canela em pó
    • 1 ramos de hortelã
    • 8 pedras de gelo
    Modo de preparo
    Doce:
    Rale o mamão e lave bem até retirar todo o leite. Em uma panela, leve ao fogo a rapadura até derreter. Adicione o mamão, o gengibre ralado, o cravo e a canela. Deixe cozinhar em fogo brando, mexendo sempre, até aparecer o fundo da panela. Resfrie e reserve.

    Queijo:
    Corte o queijo coalho em fatias grossas, de aproximadamente 1 dedo, e grelhe as laterais para dar acabamento.

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