15 de março de 2014

Diamante achado em MatoGrosso indica existência de oceano sob a crosta terrestre


PEDRA PRECIOSA
Revista Veja e Reuters

Minério sugere que há reservatório com quantidade de água equivalente à soma de todos os  

Um raro diamante de 5 milímetros de comprimento e sem valor comercial encontrado no município de Juina, no Noroeste de Mato Grosso, pode confirmar uma teoria de que existe um oceano gigante sob a crosta terrestre. Segundo pesquisadores, o diamante, que contém um mineral raro rico em água, foi trazido à superfície terrestre com a ajuda de rochas vulcânicas.

O minério foi descoberto em 2008 por mineradores. O diamante é de cor marrom, de aparência suja e sem valor comercial. Cientistas acreditam que existam milhares de diamantes como esse a mais de 400 quilômetros de profundidade.

O estudo sobre o diamante, publicado nesta quarta-feira pela revista Nature, revelou que ele contém um mineral raro chamado ringwoodita. Acredita-se que o mineral exista em grande quantidade debaixo da Terra. Segundo a pesquisa, ele leva uma quantidade significativa de água – cerca de 1,5% de seu peso. As ringwooditas têm sido vistos em meteoritos, mas essa é a primeira vez em que são identificadas em amostras terrestres.

Para os pesquisadores, a presença do líquido dentro do diamante prova que há muita água abaixo da crosta terrestre. Segundo eles, o líquido está presente em uma zona de transição entre o manto superior (entre 100 e 410 quilômetros sob a superfície) e o inferior (a mais de 660 quilômetros de profundidade).

"A água muda tudo no funcionamento de um planeta" 
- Graham Pearson, pesquisador

"É possível que exista tanta água quanto a soma de todos os oceanos", diz Graham Pearson, pesquisador da Universidade de Alberta, no Canadá, que coordenou o estudo. Mas é possível que essa água não esteja na forma livre, formando oceanos subterrâneos, mas aprisionada nos minerais.

O diamante, formado nas profundezas do solo, foi descoberto em 2008 em Juína, no interior do Mato Grosso, onde os mineradores o encontraram entre o cascalho de um rio pouco profundo. Ele foi transportado para a superfície do planeta por uma rocha vulcânica conhecida como kimberlito, segundo os pesquisadores.

Os ringwoodites têm sido visto em meteoritos, mas esta foi a primeira amostra terrestre encontrada, afirmaram, porque é difícil demais fazer trabalho de campo científico em profundidades extremas.

Há um debate em andamento entre alguns cientistas sobre a composição da zona de transição da Terra e se está repleta de água ou não. Determinar que existe água lá tem implicações para o estudo do vulcanismo e das placas tectônicas, de acordo com os pesquisadores.

"Uma das razões de a Terra ser um planeta tão dinâmico é a presença de alguma água em seu interior," disse Pearson. "A água muda tudo no funcionamento de um planeta".

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