31 de janeiro de 2013

Família garante renda com horta orgânica em Nova Floresta - PB


Cuidando das hortaliças, Denis disse que está buscando cada vez mais informações para melhorar a qualidade dos produtos e cuidar dos negócios
Mesmo com a estiagem prolongada verificada em toda a região do Curimataú, no Sitio Estrondo, em Nova Floresta, o agricultor familiar Ambrósio Dantas, pai de oito filhos, é modelo na produção de hortaliça orgânica com uso racional de água. Também tem colocado em prática ações de convivência com a estiagem, o que garante o atendimento ao mercado que consome seus produtos.

Há 15 anos a família decidiu cultivar hortaliças, em pequena quantidade, de coentro e alface, numa área de 600 metros quadrados. Juntou dinheiro e comprou mais um pedaço de terreno anexo, até que no ano de 2006, já tinha uma área de meio hectare de terra. Com a orientação da Emater, que vem acompanhando e orientando o produtor deste o primeiro momento, obteve a aprovação de contratos do Pronaf, podendo ampliar o cultivo das hortaliças, como cebolinha, rúcula, rabanete, hortelã, pimenta, couve, cenoura, beterraba, pimentão, agrião, berinjela, jiló, espinafre, abobrinha, maxixe, couve-flor, brócolis.

Para conviver com período de estiagem, o agricultor construiu um poço tubular que garante armazenamento de água e mantém a produção mesmo em período de poucas chuvas. Na região registra-se, em média, uma vazão de água é muito boa. Já existe no sítio um poço amazonas, que juntos garante segurança hídrica e, com isso, mantêm as hortaliças em quantidade suficiente para atender a freguesia durante todo o período do ano.

O uso racional da água, inclusive durante o atual período, está permitindo cultivar verduras, mesmo em menor escala. Segundo explicou, em período de inverno regular, a produção é duplicada para atender folgadamente clientela que freqüenta sua quitanda, e nas feiras livres de suas cidades vizinhas, e até no Rio Grande do Norte.

Recorda que no início de sua atividade, a irrigação era feita com o uso de regador manual ou mangueira, com desperdício de água e muito esforço. Neste período também enfrentava dificuldade para comprar sementes e adubo. Com a orientação da Emater Paraíba, por meio do escritório local, agora a situação se inverteu.

Boas práticas e boa safra - O cuidado com as práticas culturais tem garantido ao agricultor conquistar novos consumidores, usando material orgânico, tudo acompanhado por extensionistas rurais. “Aqui, nada de agrotóxico. Temos um bom produto. Talvez por isso famílias, inclusive de outras cidades, vêm compra conosco”, disse.

Para evitar a presença de pragas, o agricultor foi orientado a fazer o controle de rotação de cultura. “As boas práticas de manejo usadas com eficiência têm apresentado excelente resultados”, explicou Audivam Azevedo, técnico que incentiva o agricultor e acompanha o projeto desde o primeiro instante.

O agricultor recorda que no início do projeto tinha dificuldade de acesso ao crédito, foi ai que procurou a Emater. Depois de ouvir explicações sobre a maneira correta de cultivo de hortaliças, aceitou que fosse feito projeto de financiamento usando recursos do Pronaf. A princípio houve receio por parte do agente financeiro, mas devido a insistência do extensionista, o projeto foi aceito e foi executado com eficiência. “A gente tinha dificuldade de acesso ao financiamento, mas a Emater abriu as portas”, afirmou Ambrósio Dantas. “O papel da Emater é o de orientar”, disse Audivan e foi assim que a família avançou com seu trabalho. Lembrou ter sido um projeto que deu certo porque contou com as pessoas que acreditavam naquilo que escolheram e seguiram as orientações.

Esse projeto já foi apresentado em duas oportunidades como modelo para outros agricultores familiares. Foi na cidade do Conde no ano de 2007 durante o Congresso Agroecológico, e novamente em Patos, no ano de 2009, sempre merecendo aplauso dos expectadores.

Ampliação - Mesmo trabalhando num hectare de terra junto ao quintal de sua casa, Ambrósio já projeta ampliar a produção de hortaliças. Está com duas estufas onde produz as mudas. O sistema permite uma incidência de 50% de luz para melhor possibilitar a germinação e crescimento das mudas. Depois deste estágio, entra na fase de aclimatação fora das estufas até atingir a fase ideal de ser plantada em definitivo no campo.

Também prepara plantio de maracujá usando como mais uma fonte de renda e acredita que os resultados positivos tendo em vista que se trata de uma região propícia a esse tipo de cultura. Para o agricultor, o segredo do sucesso é manter a família unida e integrada ao projeto, trabalhando com dedicação. Ele nasceu no sítio Novo, no vizinho município de Picuí, de onde saiu para trabalhar em Nova Floresta, para outras pessoas. Até que um dia sua filha, que já estava morando em outro Estado, enviou uma quantia em dinheiro, também vendeu uma moto, juntou economias e comprou um pedaço de terra, ao que chamou de “quintal” com 20 metros e começou a cultivar coentro e alface.

Foi atrás da orientação de extensionistas da Emater, que deram os encaminhamentos que necessitava para implantar seu projeto de produção de verdura. Com o passar do tempo a família foi se envolvendo no projeto, hoje contabiliza resultados satisfatórios. Tem filhos cursando doutorado e mestrado. “A unidade da família é o fundamental para o crescimento e o fortalecimento do projeto”, disse.

Seu filho Denis Ciriaco Guedes Dantas, técnico agrícola, é quem cuida do projeto. “Hoje estou dando ao meu pai por tudo aquilo que ele possibilitou eu ter. Ele me deu suporte para estudar e me formar”, reconhece. Cuidando das hortaliças, Denis disse que está buscando cada vez mais informações para melhorar a qualidade dos produtos e cuidar dos negócios, já que ao lado da casa a família montou um ponto de venda.

Fonte: José Nunes Assessoria de Imprensa da Emater Paraíba


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