15 de outubro de 2012

Secretaria de Educação recebe documentário que retrata a realidade de quilombolas da Bahia


foto por: Joacir Luis

Por: Rita de Cássia-VGNEWS

A cultura Afro-brasileira está ganhando cada vez mais espaço nas escolas de Mato Grosso. Até pouco tempo atrás a diversidade cultural pela mistura de raças que formam nosso povo, não tinham suas diferentes etnias representadas nos currículos escolares de nosso estado, mas a situação mudou com duas leis, sancionadas nos anos de 2003 e 2008, que tornaram obrigatório no Ensino Fundamental e Médio o estudo da História e Cultura afro-brasileira e indígena.

Buscando contribuir para o enriquecimento cultural e combater o preconceito devido a falta de conhecimento histórico da África e dos povos africanos e a luta dos negros, O líder quilombola da Comunidade Capão do Negro em Várzea Grande, Eliseu da Silva o popular XumXum, representando a comunidade afro-descendente no estado doou para a secretaria de Educação do município, através da Professora Nailza da Costa Barbosa Gomes, membro da equipe da diversidade e relações etnicorracionais da Secretaria Municipal de Várzea Grande, exemplares do documentário Quilombos da Bahia que retrata a realidade vivida por comunidades quilombolas da região do Recôncavo Baiano.

O Filme documentário foi concluído após três anos de pesquisa e trabalho de campo, e contou com o patrocínio da Petrobrás, que investiu R$ 579 mil no projeto. A produção é da Portfolium. Segundo relato do próprio produtor Antônio Olavo, que percorreu junto com uma equipe de seis pessoas, mais de 12 mil quilômetros, filmando em 69 comunidades negras do estado da Bahia. O objetivo do trabalho é trazer um pouco mais de informações sobre as desconhecidas comunidades remanescentes dos quilombos.

O conhecimento que se tem sobre quilombos é basicamente histórico, havendo poucos estudos com caráter antropológico e etnográfico. Diante da enorme carência de informações atuais sobre o tema, este documentário surge como um instrumento que busca contribuir com a valorização da memória negra da Bahia que é o estado de maior presença negra do Brasil, com mais de 70% de sua população afra descendente e isto evidencia a implantação de uma consistente rede de dominação escravista, que perdurou por mais de 350 anos. Por outro lado, foi também na Bahia onde a resistência negra contra a escravidão aflorou com mais densidade, pois além das insurreições urbanas como Búzios e Malês, destacou-se o surgimento de quilombos, que se constituíram em verdadeiros símbolos da resistência e luta pela liberdade.


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