9 de setembro de 2012

O Desenvolvimento do turismo em Mato Grosso, regionalização, ocupação dos territórios e governança integrada.


         
*Geraldo Donizeti Lúcio


O turismo é a atividade econômica que mais cresce e se desenvolve no mundo, sendo assim ao se pensar em turismo como um processo de interação ambiental e social não podemos descartar as facilidades postas pelo processo da globalização e a ocupação dos territórios também conhecidos como espaços turísticos.

O Desenvolvimento do Território é uma estratégia intencional, é um movimento que necessariamente deve contemplar a, cooperação de atores e Intencionalidade, confiança no futuro, (Capital Social), o fortalecimento dos eixos produtivos locais (Turismo) com melhor integração dos pequenos empreendedores; a sociedade civil organizada (nova esfera pública): Conselhos, Fóruns, Oficinas de desenvolvimento, nova governança democrática, a informação,iinteligência coletiva e TICs:  transformadores de mentalidades e atitudes, vivemos a era da Inclusão digital, em que todos devem estar ligados.

É preciso entender que a Globalização é um fator em que a sociedade está em busca do conhecimento, existe a necessidade da Inovação e capital humano, aliado a importância da Cooperação e capital social para o Desenvolvimento Sustentável do Turismo.

A globalização tem facilitado a comunicação e tornado mais fácil os deslocamentos das pessoas, que saem em busca de novas aventuras, conhecimentos, costumes, interação com novos modos de vida, novas modalidades, novas culturas , enfim, buscam sempre o novo.

Os Fatores: distâncias físicas entre países, estados, regiões e localidades , aliados: às facilidades de acesso, comunicação/marketing, propiciam o advento do turismo, as pessoas estão motivadas para viagens em busca de novos horizontes

Tendo em vista a motivação das pessoas de viajarem em busca de satisfazer determinados desejos, a globalização. Faz com que as distâncias físicas entre países, estados, regiões e localidades inexistam, fato este que vem gerar um fenômeno denominado de mercado turístico.

O  turismo mato-grossense  já é uma realidade presente, com o seus  destinos - Pantanal, Chapada dos Guimarães, Nobres em formatação, Praias do Araguaia, Parque do Cristalino,  Aventuras de jaciara, águas Thermas de Juscimeira, Vale do Arinos, Vale do Guaporé, Região Noroeste, enfim é um estado gigante pela  propria  natureza e potencial pelas suass beleza cénicas,   mas ainda é necessário um certo ordenamento principalmente no tocante aos atores “setores públicos e privados” para que a estruturação e promoção do que podemos chamar de oferta turística, seja organizada, gerando a formatação ou criação/construção de produtos turísticos,

Economicamente em primeiro lugar, o estado de Mato Grosso tem a sua base de sustentação no agronegócio, com destaques para as culturas de: soja, milho, milheto, sorgo, algodão, girassol, arroz, cana-de-açucar, trigo, e um grande rebanho bovino, em planos secundários vem os setores do comércio e serviços, depois a indústria, e o turismo que é um setor econômico que embora não apareça como prioridade na grande maioria dos 141 municípios do estado de Mato Grosso, mas podemos afirmar que nos Territórios Vale do Rio Cuiabá, Território Portal da Amazônia, Territórios do Araguaia e Territórios Noroeste, tem avançado ganhando status de segmento importante para a geração de emprego e renda e reversão do êxodo rural, é importante também dizer que,  segundo a OMT, "Organização Mundial do Turismo", ele impacta 52 outros setores da economia, logo a medida em que se avançam os setores primários, secundários e terciários da economia, a uma tendência natural de melhoria de renda na sociedade, e as pessoas quando tem dinheiro sobrando normalmente tendem-se a viajar e conhecer para diversos motivos, estes motivos ao serem observados – dão origem aos segmentos do turismo, “pesca, aventura, rural, religioso, praia e sol, negócios e eventos, místico, gastronômico, ecoturismo, etnoturismo, social, ambiental, e outros.”.

No estado de Mato Grosso as potencialidades turísticas existem, levando em consideração os cenários naturais e da agropecuária moderna e tradicional, no entanto necessitam de uma atenção e observação da classe política e empresarial para seu desenvolvimento de forma efetiva, perene e sustentável.

Na gestão moderna as ações da administração pública são desenvolvidas juntamente com a sociedade civil em um processo denominado de sistema de governança integrada, trata-se de um processo multi ator, onde os atores estratégicos: poder econômico, de mobilização, de prestígio etc, precisam estar presentes, articular a convergência entre as diferenças em busca de um projeto coletivo, com base na confiança! (capital social). Como se trata de construir uma nova governança, voltada para um novo paradigma de desenvolvimento, é preciso superar as práticas atrasadas do clientelismo e do individualismo,  é necessário investir nas institucionalidades locais, para que cumpram a sua missão de construir a nova esfera pública.

O Turismo para ser desenvolvido também exige visão dos atores, é preciso cultivar o espírito público na sociedade, identificar novas lideranças inspiradoras que tenham propósitos coletivos e valores, ter claro a importância dos pequenos empreendedores do turismo, buscar sobretudo idéias e projetos inovadores e dar destaque para a importância das Estâncias de Governança, pensar estrategicamente a região, construir consensos e fazer a gestão de conflitos, articular parcerias, construir projetos articulados e viáveis, acompanhar a implementação dos projetos e promover o destino/região., não se esquecer do protagonismo local, e a cooperação público-privada, (com a participação mínima do governo) a nova governança, busca a construção do desenvolvimento humano sob novos valores e paradigmas, coesão social e sustentabilidade!


Os  grandes desafios na atual conjuntura, exigem uma nova articulação dos espaços e dos atores para construir o futuro, promover esta nova articulação saindo do modelo velho de administração e gestão em que o estado era o maior protagonista remetendo a responsabilidade econômica  sempre para o fator  mercado que por sua vez influenciava diretamente a sociedade civil, na atualidade no modelo novo o mercado é que detém toda a responsabilidade pelo comportamento da economia a sociedade civil ocupa um papel mais direto nas discussões das políticas e vivemos na era do estado mínimo, quanto menor a participação do estado melhor o desenvolvimento, o estado tem que elaborar e gerir os avanços nas políticas públicas, a partir dos pressupostos de que é no  Território local  que deve se buscar construir o verdadeiro desenvolvimento.


*Geraldo Donizeti Lúcio
Especialista em Turismo Rural
blogueiro deste
Agente Técnico de Projetos e de Turismo Rural
SEDTUR



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