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15 de dezembro de 2025

A Organização das Nações Unidas (ONU) e as Mudanças Climáticas.


A Organização das Nações Unidas (ONU) tem um papel central no combate às mudanças climáticas, através da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) e de outras iniciativas.

Vale ressaltar que a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) que é o principal fórum internacional intergovernamental para negociar a resposta global à mudança do clima, a ONU busca promover a cooperação internacional para limitar o aumento da temperatura global, reduzir emissões de gases de efeito estufa e adaptar-se aos impactos das mudanças climáticas. 

Outras ações da ONU:

  • Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC): Fornece avaliações científicas sobre as mudanças climáticas, identificando áreas de consenso e necessidade de mais pesquisas. 
  • Conferências das Partes (COPs): As COPs são reuniões anuais onde os países membros da UNFCCC negociam e concordam em ações para combater as mudanças climáticas. 
  • Agenda 2030: A Agenda 2030, com seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), inclui metas para o combate às mudanças climáticas, como reforçar a resiliência aos riscos climáticos e integrar medidas de mudança do clima nas políticas nacionais. 
  • Acordo de Paris: O Acordo de Paris é um acordo internacional que estabelece metas para limitar o aumento da temperatura global e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. 
  • Iniciativa Global para Integridade da Informação sobre Mudanças Climáticas: Esta iniciativa, formalizada no G20, busca fortalecer a informação sobre mudanças climáticas e combater a desinformação. 
  • Relatórios da ONU: A ONU publica relatórios que avaliam o progresso no combate às mudanças climáticas e fornecem informações científicas para embasar políticas e ações

Ou seja, a ONU promove diversas ações e iniciativas para combater as mudanças climáticas, como a redução de emissões, a transição para energias renováveis, a conservação de ecossistemas e o desenvolvimento de tecnologias limpas

Dentre as principais preocupações da ONU estão:

  • Aumento da temperatura global: A ONU alerta que o aumento da temperatura global está tendo um impacto significativo em todo o planeta, causando eventos climáticos extremos, perda de biodiversidade e ameaçando a segurança humana. 
  • Insuficiência das ações atuais: A ONU destaca que os planos nacionais de ação climática são insuficientes para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C, conforme acordado no Acordo de Paris
  • Urgência da ação: A ONU enfatiza a necessidade de ações urgentes e ambiciosas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adaptar-se aos impactos das mudanças climáticas. 

A ONU enfatiza a necessidade de ações urgentes e ambiciosas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adaptar-se aos impactos das mudanças climáticas. Ou seja, a ONU desempenha um papel crucial na coordenação e promoção da ação global para enfrentar as mudanças climáticas e garantir um futuro sustentável. 

Segundo a ONU Brasil, as ações climáticas atuais são insuficientes para limitar aumento da temperatura global. Divulgado antes da COP28, relatório da ONU sobre mudança climática conclui que os planos nacionais de ação climática continuam insuficientes para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius. 

Mesmo com o aumento dos esforços de alguns países, o relatório divulgado mostra que ações contundentes são necessárias agora para reduzir a trajetória das emissões mundiais e evitar os piores impactos da mudança climática. O relatório mostra que os governos, juntos, estão dando passos tímidos para evitar a crise climática. O relatório tem como objetivo informar a próxima rodada de planos de ação climática previstos pelo Acordo de Paris (conhecidos como Contribuições Nacionalmente Determinadas, ou “NDCs”), que serão apresentados até 2025. 

As evidências científicas mais recentes compiladas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) indicam que as emissões de gases de efeito estufa precisam ser reduzidas em 43% até 2030, em comparação com os níveis de 2019. Isso é fundamental para limitar o aumento da temperatura a 1,5 graus Celsius até o final deste século e evitar os piores impactos da mudança climática, inclusive secas, ondas de calor e chuvas mais frequentes e severas.

Segundo as Nações Unidas, seguem algumas Causas e Efeitos das Mudanças Climáticas:

Causas: As emissões de gases de efeito estufa recobrem a Terra, retendo o calor do sol. Isso leva ao aquecimento global e às mudanças climáticas. O mundo agora está aquecendo mais rapidamente do que em qualquer outro momento registrado na história.

Desmatamento Florestal: O desmatamento de florestas para criar  fazendas ou pastos, ou por outros motivos, gera emissões. Isso acontece porque, ao serem cortadas, as árvores liberam o carbono que estavam armazenando. Cerca de 12 milhões de hectares de florestas são destruídos por ano. Como as florestas absorvem o dióxido de carbono, a destruição delas também limita a capacidade da natureza em manter as emissões fora da atmosfera. O desmatamento, assim como a agricultura e outras mudanças no uso da terra, é responsável por cerca de um quarto das emissões globais de gases do efeito estufa

Uso de Transporte: A maioria dos carros, caminhões, navios e aviões funcionam com combustíveis fósseis. Isso faz com que o transporte seja um dos grandes responsáveis pelos gases de efeito estufa, especialmente emissões de dióxido de carbono. Os veículos rodoviários representam a maior parte, devido à combustão de produtos derivados de petróleo, como a gasolina, em motores de combustão interna. No entanto, as emissões de navios e aviões continuam a crescer. O transporte é responsável por quase um quarto das emissões globais de dióxido de carbono relacionadas à energia. E as tendências apontam para um aumento significativo no uso de energia para o transporte nos próximos anos.

Excesso de Consumo: Sua casa e seu uso de energia, a forma como você se locomove, o que você come e quanto lixo você produz contribuem para as emissões de gases de efeito estufa. Além, é claro, do consumo de produtos como roupas, eletrônicos e plásticos. Uma grande parte das emissões globais de gases do efeito estufa está vinculada a residências particulares. Nossos estilos de vida têm um profundo impacto no nosso planeta. Os mais ricos têm a maior responsabilidade: a parcela 1% mais rica da população global combinada responde por mais emissões de gases do efeito estufa do que os 50% mais pobres.

Efeitos: O aumento das temperaturas ao longo do tempo está mudando os padrões climáticos e perturbando o equilíbrio da natureza. Isso representa muitos riscos para os seres humanos e todas as outras formas de vida na terra.

Tempestades mais Severas: Tempestades destrutivas têm se tornado mais intensas e frequentes em muitas regiões. Conforme as temperaturas aumentam, mais umidade evapora, agravando  chuvas e inundações extremas e causando tempestades mais destrutivas. A frequência e a dimensão das tempestades tropicais também são afetadas pelo aquecimento do oceano. Ciclones, furacões e tufões se alimentam da água quente na superfície do oceano. Com frequência, essas tempestades destroem casas e comunidades, causando mortes e enormes perdas econômicas.

Aumento da Seca: As mudanças climáticas afetam a disponibilidade de água, tornando-a mais escassa em mais regiões. O aquecimento global agrava  os períodos de seca em regiões onde a falta de água já é  comum e leva a um risco maior de secas agrícolas, afetando plantações, e secas ecológicas, aumentando a vulnerabilidade dos ecossistemas. Os períodos de seca também podem causar destrutivas tempestades de areia e poeira, que podem mover  bilhões de toneladas de areia entre continentes. Os desertos estão crescendo, reduzindo a área cultivável. Muitas pessoas agora enfrentam a ameaça de não ter água suficiente regularmente.  

Perda de Espécies: As mudanças climáticas representam riscos para a sobrevivência de espécies na terra e no oceano. Esses riscos aumentam com a elevação das temperaturas. Agravado pelas mudanças climáticas, o mundo está perdendo espécies a uma taxa 1.000 vezes maior do que em qualquer outro momento na história da humanidade. Um milhão de espécies estão em risco de extinção nas próximas décadas. Incêndios florestais, clima extremo, além de doenças e pragas invasoras estão entre as várias ameaças relacionadas às mudanças climáticas.

Mais Riscos para a Saúde: As mudanças climáticas são a maior ameaça à saúde que a humanidade enfrenta. Os impactos climáticos já estão prejudicando a saúde, com poluição do ar, doenças, eventos climáticos extremos, deslocamento forçado, pressões sobre a saúde mental e aumento da fome e subnutrição em locais onde as pessoas não conseguem cultivar ou encontrar alimentos suficientes. A cada ano, fatores ambientais tiram a vida de cerca de 13 milhões de pessoas. A mudança dos padrões climáticos está expandindo o número de doenças, e os eventos climáticos extremos aumentam as mortes e dificultam a manutenção dos sistemas de saúde. 

Pobreza e Deslocamento: As mudanças climáticas aumentam os fatores que levam as pessoas à pobreza e as mantêm nessa situação. Inundações podem assolar favelas urbanas, destruindo casas e meios de subsistência. O calor pode dificultar o trabalho ao ar livre. A escassez de água pode afetar a agricultura. Na última década (2010–2019), eventos relacionados ao clima provocaram o deslocamento estimado de, em média, 23,1 milhões de pessoas por ano, deixando muitos mais vulneráveis à pobreza.

Segundo a ONU Brasil: O mundo mudou muito desde a fundação da ONU, erguida sobre os escombros da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Mas seu propósito é mais relevante do que nunca. A união dos povos e dos países em defesa da paz, do Desenvolvimento Sustentado, dos Direitos Humanos e da dignidade humana é essencial para a construção de um mundo mais justo e próspero.

Além disso, nenhum país do mundo pode lidar sozinho com desafios globais, em especial as Mudanças Climáticas. Países grandes e pequenos precisam da cooperação internacional para enfrentar desafios globais.

Em 1945 quando a ONU foi criada, éramos 51 Estados Membros, 2,3 bilhões de pessoas na terra e nenhum satélite artificial orbitava a terra. Hoje a ONU conta com 193 Estados Membros e a terra com 8 bilhões de habitantes. E o escritório da Nações Unidas para assuntos do espaço sideral calcula que há 13.700 objetos em órbita ao redor da terra.

E o mundo continua mudando. Até o final do século a população mundial deve estabilizar em 14,4 bilhões de pessoas. Sendo que 38% da população global estará no continente africano. Desta forma, de olho no futuro a ONU continua adaptando sua atuacão para enfrentar desafios globais, como as mudanças climáticas, desigualdades crescentes e crise humanitária.

Segundo Maher Nasser, diretor da divisão de promoção do departamento de comunicação global das Nações Unidas: “Com o maior número de membros de qualquer organização intergovernamental e a igualdade soberana entre seus Estados-Membros, as Nações Unidas continuam sendo a criação política mais bem sucedida da história recente“.

Um mundo construído com base na liberdade, dignidade e justiça para todas as pessoas não só é possível, como é nossa responsabilidade comum (Antônio Guterres – Secretário Geral da ONU)

Aproveito a oportunidade para parabenizar publicamente a Organização das Nações Unidas (ONU), pelo empenho e dedicação. “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” (Geraldo Vandré: Para não dizer que não falei das flores).

Eduardo Cairo Chiletto

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