estrutura

23 de março de 2025

Dicionário do Clima (Parte 02): Um Guia para Entender e Agir no Combate as Mudanças Climáticas.


GALERIA

Continuação da Parte 01 da publicação que foi resumida do site do PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento: Promessa Climática.

Seguem outros termos importantes que explicam questões relacionados à crise climática, com o objetivo de facilitar o entendimento dos leitores sobre as alterações climáticas.

ENERGIA RENOVÁVEL é energia derivada de fontes naturais que são constantemente reabastecidas, como vento, luz solar, fluxo de água em movimento e calor geotérmico. A energia de fontes renováveis ​​é barata, limpa, sustentável e gera mais empregos. Em contraste com a energia proveniente de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás, que é responsável por 75% das emissões nocivas de gases de efeito estufa que estão causando as mudanças climáticas.

SUMIDOURO DE CARBONO é qualquer processo, atividade ou mecanismo que absorve mais dióxido de carbono da atmosfera do que libera. Florestas, pantanal, manguezais, oceanos e solo, entre outros, são os maiores sumidouros naturais de carbono do mundo.

RENOVAÇÃO DE CARBONO X CAPTURA DE CARBONO: a remoção de carbono é o processo de remoção de emissões de gases de efeito estufa da atmosfera, por meio de soluções naturais, como reflorestamento e manejo do solo, ou soluções tecnológicas, como captura direta de ar e mineralização aprimorada.

captura e armazenamento de carbono é o processo de capturar emissões de carbono produzidas por usinas de energia de combustíveis fósseis ou outros processos industriais antes que elas possam entrar em nossa atmosfera, armazenando-as profundamente no subsolo.

OS MERCADOS DE CARBONO são esquemas de negociação que criam incentivos financeiros para atividades que reduzem ou removem emissões de gases de efeito estufa. Nesses esquemas, as emissões são quantificadas em créditos de carbonoque podem ser comprados e vendidos. Um crédito de carbono negociável equivale a uma tonelada de dióxido de carbono retirada da atmosfera.

A AGRICULTURA REGENERATIVA é uma forma de agricultura que nutre e restaura a saúde do solo e, portanto, reduz o uso de água, previne a degradação da terra e promove a biodiversidade. Oposto a isso a agricultura intensiva é responsável por um terço das emissões globais de gases de efeito estufa. No mundo, essa modalidade usa 70% da água doce que consumimos e leva à degradação do solo por meio do uso de maquinário pesado, fertilizantes químicos e pesticidas.

FLORESTAMENTO E REFLORESTAMENTO: Florestamento é o plantio de árvores em áreas que nunca tiveram floresta, enquanto reflorestamento é o plantio em áreas que já tiveram floresta.

RENATURALIZAÇÃO (rewilding) é a restauração de ecossistemas que foram danificados pela atividade humana. Mais do que conservação, que se concentra em salvar espécies específicas por meio de intervenção humana dedicada, rewilding se refere a reservar grandes áreas para o mundo natural se regenerar em seus próprios termos.

A renaturalização pode ajudar a combater as mudanças climáticas removendo mais dióxido de carbono da atmosfera por meio de processos naturais saudáveis, como a regeneração natural de florestas.

ECONOMIA CIRCULAR refere-se a modelos de produção e consumo que minimizam o desperdício e reduzem a poluição, promovem usos sustentáveis ​​de recursos naturais e ajudam a regenerar a natureza. Em vez de produzir, usar e descartar os materiais, como se faz na economia linear, ela promove reutilização, reciclagem e reaproveitamento de materiais, criando um ciclo contínuo que minimiza impactos ambientais e estimula a inovação. Atualmente, apenas 7,2% dos materiais usados ​​são reciclados de volta para nossas economias após o uso. Isso tem um fardo significativo para o meio ambiente e contribui para as crises de clima, biodiversidade e poluição.

EMPREGOS VERDES são empregos que contribuem para proteger e restaurar o meio ambiente e lidar com as mudanças climáticas. Empregos verdes podem ser encontrados tanto no uso da energia renovável, quanto em processos ecologicamente corretos, como reciclagem. Protegem e restauram ecossistemas e apoiam a adaptação aos impactos das mudanças climáticas.

GREENWASHING se refere a situações em que uma empresa faz alegações enganosas sobre seu impacto ambiental positivo ou a sustentabilidade de seus produtos e serviços para convencer os consumidores de que estão agindo sobre as mudanças climáticas. O greenwashing pode minar a confiança pública na sustentabilidade e permitir que impactos ambientais negativos continuem inabaláveis.

TRANSIÇÃO JUSTA à medida que os países trabalham para atingir suas metas climáticas, é essencial que eles garantam que toda a sociedade — todas as comunidades, todos os trabalhadores, todos os grupos sociais — sejam envolvidos e façam parte da mudança estrutural que ocorre. Estendendo a todos os benefícios dessa atuação.

Garantir uma transição justa significa que os países escolhem tornar sua economia mais verde por meio de caminhos de transição e abordagens que reforçam a igualdade e a inclusão. Importante ressaltar que o Estado de Mato Grosso desde o ano de 2016 efetivou uma parceria com a PAGE – Partnership for Action on Green Economy, na qual eu fui o Coordenador Nacional de Projetos responsável pelo escritório local. Esse programa desempenhou papel significativo na promoção do desenvolvimento sustentável promovendo políticas de estímulo à agricultura familiar, ao turismo sustentável, à gestão urbana sustentável, ao uso de energias renováveis, entre outras que promovem uma economia mais “verde”para o estado.

CONVENÇÃO-QUADRO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS (UNFCCC) é um tratado ambiental internacional adotado em 1992 para combater a interferência humana perigosa no sistema climático. Entrou em vigor em 1994 e goza de adesão quase universal, tendo sido assinada por 198 partes.  O secretariado da UNFCCC é a entidade das Nações Unidas encarregada de dar suporte à resposta global à ameaça das mudanças climáticas.

COP – CONFERÊNCIA DAS PARTES é a conferência anual das Nações Unidas dedicada às mudanças climáticas, chamada de “ Conferência das Partes ” ou “ COP ”, é organizada sob a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) desde 1995. A conferência agora reúne todas as nações que são partes do Acordo de Parispara discutir seus próximos passos para combater as mudanças climáticas e estabelecer acordos juridicamente vinculativos para apoiar a ação climática

Vale ressaltar que a COP 30 ocorrerá em Novembro/2025 e será em Belém/Pará – Brasil. O local foi escolhido por estar inserido na Amazônia, um dos biomas mais importantes para o equilíbrio climático no mundo. E os principais temas incluem: 1. Redução de emissões de gases de efeito estufa. 2. Adaptação às mudanças climáticas. 3. Contribuição dos países ricos ao financiamento do clima.

E pode trazer benefícios para o Brasil como: combate à crise climáticadesenvolvimento sustentávelinvestimento internacionalfortalecimento da resiliêncianeutralidade climática e avaliação de avanços – A COP 30 pode proporcionar um espaço fundamental para avaliar os avanços da UNFCCC, ajustar as metas e fortalecer as parcerias internacionais, garantindo os recursos necessários aos países em desenvolvimento. 

CONTRIBUIÇÕES NACIONALMENTE DETERMINADAS (NDCs) As NDCs descrevem as prioridades de mitigação e adaptação que um país buscará para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, construir resiliência e se adaptar às mudanças climáticas, bem como estratégias de financiamento e abordagens de monitoramento e verificação. São promessas climáticas e planos de ação que cada país deve desenvolver em linha com a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5° C.

RELATÓRIOS DE TRANSPARENCIA os países devem reportar regularmente a implementação de suas NDCs – Contribuições Nacionalmente Determinadas. É crucial que esse relatório seja feito com transparência para permitir que a comunidade global avalie com precisão o progresso coletivo e crie confiança de que todos estão fazendo sua parte.

OS PLANOS NACIONAIS DE ADAPTAÇÃO (NAPs)ajudam os países a planejar e implementar ações para reduzir a vulnerabilidade aos impactos das mudanças climáticas e fortalecer a capacidade adaptativa e a resiliência. Os NAPs se vinculam às Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e outras políticas e programas nacionais e setoriais.

ESTRATÉGIAS DE LONGO PRAZO (LTS): Pelo Acordo de Paris, os países são convidados a comunicar estratégias de longo prazo (LTS) para redução de emissões que prevejam uma transformação de toda a sociedade ao longo de várias décadas, geralmente até 2050. Os documentos LTS se alinham aos objetivos de longo prazo de limitar o aquecimento global e atingir o net zero até 2050.

REDD+ : REDUÇÃO DE EMISSÕES POR DESMATAMENTO E DEGRADAÇÃO FLORESTAL – A conservação e restauração florestal podem fornecer mais de um quarto das reduções de emissões de gases de efeito estufa necessárias para evitar os piores impactos das mudanças climáticas. REDD+ é uma estrutura acordada por países nas negociações climáticas internacionais que visa conter as mudanças climáticas reduzindo o desmatamento e a degradação florestal, e gerenciando e conservando florestas de forma sustentável em países em desenvolvimento. Vale ressaltar que o Estado de Mato Grosso possui esta parceria que conta com o apoio dos governos da Alemanha e Reino Unido.

PAINEL INTERGOVERNAMENTAL SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS (IPCC) é um órgão independente fundado sob os auspícios da Organização Meteorológica Mundial (OMM) e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

O principal papel do IPCC é avaliar a literatura científica e as descobertas sobre as mudanças climáticas e fornecer informações científicas vitais e recomendações baseadas em evidências para formuladores de políticas e o público. É amplamente reconhecido como a fonte mais confiável de informações relacionadas à ciência das mudanças climáticas e sua análise complexa de impactos, riscos e opções de adaptação e mitigação.

Acredito que os termos importantes relacionados à crise climática destacados na Parte 01 e 02 dos artigos retirados do site do PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, contribui para que os leitores possam ter um entendimento melhor sobre as alterações climáticas e efetivamente se engajarem no processo de combate ao aquecimento global e no Desenvolvimento Sustentável tendo como premissa os 17 ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

Para as agencias da ONU, em especial aquelas integrantes do Programa PAGE (PNUD – PNUMA – OIT – UNIDO – UNITAR), a adaptação às mudanças climáticas é inseparável do desenvolvimento sustentável e de cada um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável . A adaptação é, portanto, um pilar fundamental do apoio aos países em desenvolvimento em todo o mundo. O que resultará em melhorias do bem-estar humano e igualdade social, ao mesmo tempo em que iremos reduzir significativamente os riscos ambientais e os desequilíbrios ecológicos.

Segunda a Doutrina Codificada de Allan Kardec: as pessoas estão virando marionetes do poder e do cifrão e a espiritualidade está ficando em segundo plano. A humanidade está caminhando para um mundo egoísta sem união, sem compaixão e sem fé. A desigualdade tomou conta da ação criadora de Deus. O mal da Mudança Climática está se manifestando em todo o mundo e o ser humano precisa repensar seus atos e valores. Temos que procurar viver em harmonia com nosso planeta. A coletividade é necessária, o amor ao próximo essencial e a caridade é fundamental.

É preciso haver uma mudança de comportamentopara que o planeta terra se cure. Somos o remédio do mal criado. Lembrando que energia negativa se cura com LUZ. A paz reinará mas depende de nós. Vamos cultivar a obra de Deus e iluminar nosso planeta e espalhar o bem. Vamos nos unir e acreditar… Deus no comando sempre. A vacina para a ferida do nosso planeta está dentro de nós.

E, para finalizarmos este artigo sobre o Dicionário do Clima (parte 02), importante ressaltar que o tempo é implacável. A inércia por parte de governos, sociedade, empresas, etc, frente aos problemas ambientais e climáticos atuais encontra no passar dos dias, meses e anos, um fator extremamente agravante que tornará os impactos negativos destes problemas cada vez mais contundentes no meio socioeconômico e ambiental.

E como está na letra da canção dos Titãs (Enquanto Houver Sol): “… Nenhuma ideia vale uma vida…”

E na letra da música de Michael Jackson – Heal The World (Cure o Mundo) – https://www.youtube.com/watch?v=jY81J_dI5k0 : “… Há caminhos para chegar lá / Se você se importa o suficiente com a vida / Crie um pequeno espaço / Crie um lugar melhor/ Cure o mundo / Faça dele um lugar melhor / Para você e para mim / E toda a raça humana…”

Volto a dizer: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” (Geraldo Vandré: Para não dizer que não falei das flores).

Eduardo Cairo Chiletto

Nenhum comentário:

Postar um comentário