1 de outubro de 2019

Barragem rompida em Livramento mostrava sinais de danos há cinco meses, diz fonte



A barragem rompida em Livramento (32 km de Cuiabá), na manhã de hoje (1º), já mostrava sinais de danos há cinco meses. Fonte entrevistada pelo Circuito Mato Grosso diz que há pelo menos três meses, parte da estrutura de concreto vinha sendo camuflada por funcionários da empresa mineradora para esconder umidade e rachaduras.

“Eles estavam escondendo ultimamente, há uns três meses, parte da barragem, próxima ao posto de vigia, porque ela mostrava bem que a barragem ia estourar a qualquer hora. Não é de hoje que a gente sabe ia estourar. A fiscalização vem aqui todo mês e ninguém diz nada do problema”, disse a fonte que preferiu não se identificar.

Hoje, na hora em que barragem rompeu-se houve susto generalizado de famílias que moram em torno da lagoa formada pela barragem. “Todo mundo saiu correndo, tinha gente no pasto que venho correndo pra casa, porque foi um barulho bem grande. Todo mundo ficou apavorado”.

Ainda conforme a fonte, a barragem servia de acumulo de rejeito de garimpo em atividade na região. E vinha mostrando saturação de depósito, com a lama de rejeito vazando para locais além do delimitado pela construção. O problema já havia sido identificado por moradores há cinco meses que registraram vídeos da situação – veja abaixo.

O garimpo estaria documentado para exploração o local, mas a mineradora responsável pelo serviço não estaria com alvará atualizado, último seria de 2018. “Dizem que não é obrigado a ter alvará, mas eles tinham tirado até o ano passado, neste ano que ainda não tiraram, provavelmente porque a situação da barragem está irregular”.

Mais cedo, em entrevista ao Circuito, o prefeito de Livramento, Silmar de Souza, disse que a barragem está legalizada.

Em abril passado, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) anunciou o início de um amplo levantamento das ações governamentais de preservação do meio ambiente em Mato Grosso para avaliação dos licenciamentos e monitoramentos das barragens de rejeitos de mineração existentes no Estado. O estudo está sendo produzido pela Secretaria de Controle Externo de Saúde e Meio Ambiente do Tribunal de Contas de Mato Grosso.

 

REINALDO FERNANDES

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