24 de julho de 2019

Trabalho do IBS no Projeto Conexão Mata Atlântica completou um ano com excelentes resultados



Capacitação em meliponicultura – confecção de iscas de abelhas Jataí.

Em junho de 2018, iniciaram as atividades a campo do Instituto BioSistêmico (IBS) no Projeto Conexão Mata Atlântica. Neste primeiro ano de execução do projeto, foram mobilizados mais de 300 produtores rurais que residem ou têm áreas de terra na Zona de Amortecimento do Parque Estadual da Serra do Mar (PESM) – Núcleo Itariru, que abrange os municípios de Itariri, Miracatu, Pedro de Toledo e Peruíbe. Após o processo de mobilização, foram iniciados os atendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e trabalhados os três editais do projeto: Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), Cadeia de Valor Sustentável (CVS) e Certificação (CERT).

Em um ano, foram realizados mais de 1000 atendimentos de ATER para orientar o produtor rural na implantação de técnicas sustentáveis de produção, bem como na adequação ambiental e outras necessidades individuais de cada um dos beneficiários atendidos pelo projeto.

No mesmo período, foram enviadas 153 manifestações de interesse em PSA, totalizando uma área de 10.102,54 hectares que abrange os quatro municípios. O investimento, até o momento, neste primeiro ano alcançou cerca de 400 mil reais, acumulando até julho de 2021 cerca de 1,3 milhões. Até o momento, 54 produtores receberam cerca de 200 mil reais em pagamentos por serviços ambientais.

No que se refere à Certificação, foram habilitados 38 produtores rurais neste período, dos quais 25 passarão pelo processo de certificação via SisOrg, 12 irão aderir ao Protocolo de Transição Agroecológica (PTA) e um produtor irá passar pela certificação da RainForest Aliance.

Em relação à CVS, foram habilitados 37 produtores rurais, dos quais 17 estão interessados em trabalhar com espécies nativas ou em consórcios com mais de 50% de espécies nativas, com destaque para produtores de banana e mel.

Segundo a diretora da unidade IBSagro, Priscila Terrazzan Callegari, é de grande valia o apoio através das cadeias de valor sustentável para o desenvolvimento das principais cadeias produtivas da região. “A produção de banana, mel e frutas nativas da região ganha suporte com o aporte financeiro e garante qualidade e aumento da produtividade”, destaca.

“Entre os produtores que são atendidos pelo projeto, cerca de 50% do total estão ligados à cadeia produtiva da banana, muitos já organizados em associações e cooperativas da região. Cabe dizer que cerca de 10% são produtores de mel e 30% dos produtores estão se dedicando às cadeias produtivas ligadas à olericultura, silvicultura, fruticultura, destacando aqui o maracujá, a pupunha e alimentos para a merenda escolar, entregues nas prefeituras municipais”, acrescenta Priscila.

Papel da ATER

Para realização da ATER, o IBS conta com uma equipe multidisciplinar composta por três engenheiros agrônomos, um zootecnista, um agroecólogo, além de uma engenheira florestal. “O sucesso do trabalho depende em grande parte da integração da equipe com o projeto e com os seus beneficiários. Quando os técnicos de campo abraçam o projeto e conhecem a realidade local, como é o caso da nossa equipe, possuem boas ferramentas para executar e atender as demandas propostas pelo projeto”, afirma a coordenadora das atividades do IBS no projeto, a engenheira florestal Thais Lima.

Conforme explica Thais, a ATER é de extrema importância para garantir a alteração da matriz produtiva e a introdução de novos conceitos na região. Através de reuniões e capacitações técnicas, foram formados grupos produtivos, como por exemplo, o Grupo do Mel – Sabores da Terra, que participa da cadeia de valor sustentável com a produção de mel de abelhas nativas sem ferrão.

Capacitação em compostagem

Com o objetivo de contribuir para a inserção de novos conceitos de agricultura sustentável para os produtores beneficiários do projeto, foram realizadas capacitações técnicas nas áreas de meliponicultura, legislação ambiental, associativismo, compostagem, entre outras. “Essas atividades em grupo, garantem que o projeto alcance seus objetivos de melhoria da qualidade de vida, formação de redes de produção, melhora da comercialização de produtos e integração entre os participantes”, pontua Thais Lima.

Para a execução do projeto, o IBS conta com a parceria do PESM – Núcleo Itairu, que está presente em todas as atividades e dá suporte na atuação dos técnicos de campo. Conta também com a parceria das secretarias de agricultura locais e a Prefeitura Municipal de Itariri, que cedeu uma sala para que o projeto pudesse atender os beneficiários, o que tem facilitado significativamente o fluxo de informações e documentos.

De acordo com o gestor do PESM Núcleo-Itariru, Joaquim do Marco Neto, o Projeto Conexão Mata Atlântica tem o papel importante de subsidiar a transição das propriedades para um modelo produtivo sustentável, que seja capaz de alterar a o uso do solo e também a paisagem, na zona de amortecimento da Unidade de Conservação.

“O trabalho realizado tem contribuído para melhorar a autoestima das famílias, através da agregação de valor à produção com sustentabilidade, organizando as unidades produtivas e melhorando a qualidade ambiental. Isso tudo contribui para o desenvolvimento da economia local e para a conservação ambiental da região”, ressalta Joaquim.

Sobre o projeto

O Projeto Conexão Mata Atlântica é desenvolvido com recursos do Global Environment Facility  (GEF), sob a coordenação da Fundação Florestal no território do Vale do Ribeira e Baixada Santista, o que se deve à presença do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Itariru. O PESM é uma unidade de conservação de proteção integral, que abrange 25 municípios, considerado o maior corredor biológico de Mata Atlântica no Brasil. Criado em 1977, conecta florestas da Serra do Mar, desde o Rio de Janeiro e Vale do Ribeira até o litoral Sul do Estado de São Paulo.

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