15 de janeiro de 2019

Turismo é uma mina de ouro para a geração de empregos no país


Em artigo, Eduardo Fleury explica como o turismo pode ser importante agente em momento de retomada da economia e emprego no país

Por: Editor CM -  7 dias atrás

Shutterstock

Por Eduardo Fleury**


Quem não ouviu falar, nas últimas semanas, em um jornal, propaganda ou conversa informal, em “experiência”? O termo está cada vez mais em alta, o que sinaliza uma das mais importantes mudanças de mentalidade e comportamento de consumidores das últimas décadas: a troca da posse pelo usufruto, de “ter” por “fazer”, por “ir”. Essa tendência começou há algum tempo e vem se consolidando com a proliferação da economia compartilhada, por exemplo, entre outros tipos de serviço.

O turismo sempre esteve, em maior ou menor grau, alinhado a esse mindset. Apesar de haver quem viaje para fazer compras, a viagem em si propicia experiências e tem um estoque inesgotável de possibilidades para pessoas de todos os perfis. Em uma economia que tem sido pautada, cada vez mais, em valores como sustentabilidade, originalidade e autoconhecimento, viajar se apresenta como a opção de consumo ideal: é sustentável, é uma experiência para a vida e há sempre espaço para ser original. Prova desse alinhamento é que, apesar da crise, o turismo vem se ressignificando e encontrando meios de se manter estável no mercado.

Um levantamento recente do IBGE este ano apontou crescimento de 2,8% no Índice de Atividades Turísticas (Iatur) do Brasil entre julho e agosto. Em relação a agosto do ano passado, o crescimento foi de 7,8%, impulsionado, principalmente, pelo aumento nos serviços de transportes aéreos de passageiros e de hotéis, mas também – o que é surpreendente – de serviços de bufê e outros de comida preparada. Fato é que, quando pensamos em turismo, nos vêm à mente, antes de mais nada, as companhias aéreas e os hotéis, mas ele é um setor com uma cadeia muito diversa de prestadores diretos e indiretos de serviço, que permeiam, inclusive, outros setores da economia, como transporte urbano, varejo, cultura e alimentação.

O setor de turismo é hoje um dos poucos que mantêm uma geração expressiva de empregos e atrai investimentos – de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o setor fechou o primeiro quadrimestre deste ano com um saldo positivo de quase 3 mil postos formais de trabalho e conta, hoje, com quase 3 milhões de pessoas ocupadas. As novas oportunidades são hoje representadas sobretudo por micro e pequenas empresas (MPEs). De acordo com um estudo do Sebrae de 2016, existiam então cerca de 14,8 milhões de MPEs no Brasil, que representavam cerca de 92% da totalidade de empresas e eram responsáveis por 27% do PIB do país. No setor de turismo, as MPEs representavam 95% do negócio.

Empresas com um DNA mais digital, como metabuscadores, agências de viagem online e serviços de realidade virtual e aumentada, características dos nossos tempos, também estão entre os atores que crescem e representam cada vez mais oportunidades no setor de turismo, tanto para quem busca empreender como para quem busca um emprego formal apenas.

Por fim, é importante reforçar que o Brasil atrai cerca de 6,5 milhões de turistas por ano, com um potencial de atrair muitos mais – a Embratur, inclusive, tem uma meta de dobrar o número de turistas anuais no país até 2022. Podemos ter um crescimento econômico importante se investirmos mais em cada um dos atores desse setor tão rico e importante. Esses investimentos têm se provado experiências incríveis em países como México, Peru e Portugal que, nos últimos anos, têm se tornado referência para viajantes do mundo todo.

 

**Eduardo Fleury é country manager do KAYAK no Brasil

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