1 de dezembro de 2018

Minicurso de piscicultura discute construção de viveiros e produção de pescado em MT



Da Redação


Foi realizado nesta quinta-feira (29.11), na Estação de Piscicultura da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), localizada no município de Nossa Senhora do Livramento (42 km ao Sul de Cuiabá), um minicurso sobre piscicultura com enfoque na criação de peixes em cativeiro. O engenheiro de pesca da Empaer, Enock Alves dos Santos, fala que Mato Grosso tem uma produção de 64 mil toneladas de peixe por ano, cultivados em tanques. O evento contou com a participação de 25 técnicos da Baixada Cuiabana.


De acordo com Enock, o objetivo do curso foi auxiliar no cultivo e na produção de peixe para garantir rentabilidade ao produtor. Ele explica que vários fatores são importantes para o crescimento e sucesso da atividade, e durante o minicurso destacou as condições necessárias para implantação de projeto de piscicultura, como a qualidade da água, solos com teor de argila abaixo de 20% e topografia com a inclinação de 2% de desnível dos tanques, permitindo um abastecimento e escoamento por gravidade.

Enfatizou também a construção de viveiros que devem ter uma profundidade de 1.50 metros na parte rasa e 1.80 metros na parte mais funda do viveiro, podendo chegar até 2 metros. “Não existe forma ou dimensão ideal para viveiros de cultivo de peixe, a forma depende das condições do terreno, dimensão e o poder aquisitivo do produtor”, enfatiza.

Na palestra falou sobre o manejo, alimentação e nutrição de peixes, qualidade e oxigênio da água, temperatura, densidade por metro quadrado, controle no cultivo de alevinos e outros. O curso foi dividido em duas etapas. No período da manhã, foi abordada a parte teórica, e na parte da tarde a prática e visita nas instalações da Estação. O chefe da Estação de piscicultura, Antônio Claudino da Silva Filho, explica que a empresa comercializa alevinos para recria e engorda em cativeiro. A previsão de venda para o início de 2019 pode chegar a 700 mil alevinos.

Com mais de 400 matrizes das espécies de tambaqui, pacu e pirapitinga, Antônio esclarece que 250 matrizes estão aptas para reprodução e foram produzidas na própria estação. “As matrizes são de qualidade e isentas da doença Lernia (Lernaea cyprinacea), um ectoparasita ou parasita externo de peixe que fixa na musculatura e causa lesões, aparecimento de infecções secundárias, mortalidade, redução da taxa de crescimento e reprodução em peixes adultos”, destaca.  

A comercialização é normalmente realizada nos meses de janeiro a maio. Na Estação existem 39 tanques de reprodução, sendo 12 de pesquisa e 27 para recria. O diretor de Ater da Empaer, Rogério Monteiro Costa e Silva, fala que há mais de 30 anos a estação de piscicultura da Empaer produz alevinos de qualidade para os produtores rurais com preços acessíveis e orientações técnicas necessárias para o bom andamento da criação de peixes.

Segundo Rogério, o curso direcionado aos técnicos da Empaer vai auxiliar nas orientações técnicas para o produtor rural começar a atividade com lucro e renda. O engenheiro agrônomo da Empaer, Maurílio Bueno de Magalhães, que atua na área de extensão rural no município de Poconé, fala que o curso tirou muitas dúvidas e trouxe novas informações sobre cultivo, construção de tanques e espécies a serem cultivadas.

O engenheiro agrônomo da Empaer e organizador do evento, Osmano de Freitas Silva, explica que nos últimos seis meses, foram realizadas palestras sobre doenças da cultura da banana, feijão, mandioca, citros e tomate, fertilidade do solo e hidroponia. O minicurso da piscicultura é o encerramento do ciclo de atividades este ano. “A essência da empresa é o conhecimento adquirido pelo técnico, que tem a missão de levar as informações ao agricultor familiar a fim de garantir lucro e renda para as famílias no campo”, conclui Osmano. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário