31 de maio de 2018

Geraldo Lúcio esteve na Aldeia Umutina em Barra do Bugres, realizando Curso de Turismo



Estive na aldeia Umutina nos dias 29 e 30 de junho, ministrando um curso de Implantação de Trilhas para Caminhadas no Turismo Integrado, (Turismo Rural e Ecoturismo).

A Aldeia Umutina está localizada em uma área de reserva indígena entre o rio Paraguai e rio dos Bugres, no município de Barra do Bugres, a150 km de Cuiabá. 

A cidade fica a apenas 15 quilômetros da aldeia; para chegar à aldeia a partir de Barra do Bugres percorre-se um trecho de rodovia pavimentada e um trecho de estrada de terra até a margem do Rio Paraguai; onde pode – se atravessar em uma balsa levando inclusive o carro ou de barco e chega – se à reserva. 

O acesso é fácil, mas controlado pelos próprios índios e com a ciência da Funai.

Os Umutina eram povos guerreiros; no século 19 e início do século 20 ocorreram muitas batallhas entre índios e brancos até que foram pacificados por Cândido Rondon a partir do ano de 1911, época em que suas terras foram demarcadas como terra indígena. 

Na década de 1940 muitos índios foram dizimados, as doenças que o levavam a morte ocorreram em função do contato com os brancos e as doenças como gripe e outras eram transmitidas pelos homens brancos. 

Foi nessa época que o Serviço de Proteção ao Índio instalou ali uma enfermaria com a finalidade de tratar os doentes e integrá-los à sociedade brasileira. 

Os Umutina que ali viviam aos poucos foram deixando os seus costumes e esqueceram de sua cultura; e passaram por um processo forçado de aculturamento. 

Além dos Umutina ajuntaram-se nesta aldeia índios de outras oito etnias.

O povo Umutina ainda são guerreiros pela sua cultura, suas armas são a caneta e o papel, com uma população que vem crescendo e se destacam entre as nações indígenas do Brasil pelo alto grau de educação de seu povo pela educação que é hoje a arma na luta pela sobrevivência e preservação da cultura.

Na Reserva de um pouco mais de 28 mil hectares, atualmente tem cerca de 700 índios distribuídos em 10 comunidades denominada pelos indígenas de aldeias.

Vivem entre as duas culturas, com casas construídas em alvenaria,madeira e barro. 

Algumas das casas ainda habitadas são da época da formação da aldeia. 

As construções rústicas dividem o espaço com antenas parabólicas e postes de energia elétrica. 

Pelas ruas de terra da aldeia circulam motocicletas entre vacas e cavalos que pastam livres. 

Atualmente, seu grande desafio é conseguir sobreviver como cultura, com sua identidade, como um povo indígena e também integrados ao mundo globalizado.

No seu sistema de produção está a agricultura de subsistência, plantam milho, mandioca, batata doce e hortaliças, criam galinhas caipira, suínos e bovinos de leite.

Estive por dois dias na Aldeia Umutina ministrando um curso de Implantação de Trilhas para Caminhadas no Turismo Integrado, (Turismo Rural e Ecoturismo), pelo SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, em parceria com a Prefeitura municipal de Barra do Bugres 

O Curso foi formatado dentro do conceito do Turismo Rural na Agricultura Familiar que é uma atividade turística que ocorre na unidade de produção dos Agricultores Familiares que mantêm as atividades econômicas típicas da agricultura familiar, que estão dispostos a valorizar, respeitar e compartilhar seu modo de vida, o patrimônio cultural e natural, ofertando produtos e serviços de qualidade e proporcionando bem estar aos envolvidos.
Rede TRAF, 2003. 

O Objetivo é de promover o desenvolvimento rural sustentável, através da implantação e fortalecimento das atividades turísticas pêlos Agricultores Familiares, integrado aos arranjos produtivos locais , agregando renda e gerando postos de trabalho no meio rural, com conseqüente melhoria das condições de vida. 

Tendo em vista a realidade da Aldeia Umutina que não difere de outras etnias indígenas, o curso foi ministrado com adaptações sempre entendendo que os povos indígenas tem a sua cultura, seus saberes e seus fazeres diferenciados.

O Turismo hoje é uma alternativa para os indígenas, que poderão preservar sua cultura, sua gastronomia, sua agricultura, seu modo de vida, e ao mesmo tempo apresentar aos turistas sua aldeia transformando – á em um produto turístico.

Valorizar e resgatar o artesanato regional, a cultura e os eventos típicos 
Incentivar a diversificação da produção e propiciar a comercialização direta 
Contribuir para a revitalização do território rural e para o resgate e manutenção da auto-estima 

Ser complementar às demais atividades 
Proporcionar a convivência entre os visitantes e a população local ; 

Estimular o desenvolvimento da agroecologia;

Ser desenvolvido de forma associativa e organizada no território. 

Atividades passíveis de serem implementadas na Aldeia 

• Processo agropecuário, pequenos animais e agrícolas orgânicos e naturais.

• Turismo Rural

• Agroindústria Típica

• Eventos Tradicionais 

• Esporte e Lazer tradicional

• Esportes Radicais

• Trilhas Ecológicas

• Pesca Esportiva

• Hospedagem

• Alimentação

• Serviços Turísticos

• Meios de Transportes

• Artesanato

• Manifestações Culturais

• Caminhadas na Natureza

• Jogos na Natureza

• Rodeios

• Cavalgadas

• Lidas

• Festas Religiosas

• Festivais diversos

• Jogos Diversos

• Atividades Eco rurais

No curso tinham 18 alunos jovens e a presença do Cacique Dionísio que também é o coordenador para assuntos indígenas na prefeitura de Barra do Bugres.













































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