9 de janeiro de 2015

USINA DA CASCA - A PRIMEIRA HIDROELÉTRICA DO ESTADO DE MATO GROSSO


Foto de Geraldo Lúcio.

Foto de Geraldo Lúcio.
Foto de Geraldo Lúcio.
Foto de Geraldo Lúcio.

Foto de Geraldo Lúcio.
A primeira hidroelétrica do Estado de Mato Grosso, foi construída no leito do Rio da Casa, entre o mês de junho de 1926 e julho de 1928 e inaugurada como nome de Casca I.
Nesta época o município de Chapada dos Guimarães e a comunidade tradicional Rio da Casca, buscou um sonho de serem a capital dos mato-grossenses de energia elétrica, este esforço se concentraram vários político e cidadãos este esforço humano durou cerca de dois anos onde foram despedidas uma soma considerável de recursos financeiros, sendo frustado posteriormente com o advento de muitas outras hidroelétricas mais significativas no estado.
No entrando não se pode ignorar a grandeza do empreendimento, considerando as limitações da época, e os conhecimento humanos, mais uma vez o homem pode mostrar que teve a capacidade de dotar a cidade e a comunidade de uma usina hidroelétrica integrando - as ao mundo moderno, colocando-as em condições de competitividade nos fatores energéticos.
O Governador do Estado de Mato Grosso na época era o Dr. Mário Corrêa da Costa, formado em medicina com profissão consolidada no Rio de Janeiro, com algumas experiências na Europa onde fora para se especializar.
Dr. Mario Corrêa da Costa assumiu o governo de Mato Grosso, no ano de 1926, e no dia 26 de julho de 1928, inaugurou o complexo sistema de geração, transmissão, distribuição e de iluminação pública e residencial em Cuiabá a partir de uma usina hidroelétrica.
O projeto surgiu pela deficiência energética, e passa pelo processo da necessidade, vai para a intenção e se consolida com a inauguração, foi um longo e árduo caminho percorrido e todos os obstáculos foram vencidos.
Grande foi o desafio para a construção da hidroelétrica, marcado pelas dificuldades no deslocamento até Mato Grosso das grandes e pesadas peças que saiam de São Paulo a Cuiabá numa logística que envolvia rodovias não pavimentadas e hidrovias de baixo calado.
Outra dificuldade estava na mão de obra especializada que foi solucionado com a importação de técnicos de outros países, outro desafios para os construtores locais estava em suprir a escassez de mão de obra nos serviços gerais, nos materiais utilizados para a construção das linhas de transmissão e distribuição, dentre tantas outras.
Nesta época os responsáveis pelo sistema de transmissão eram: Artur Gervásio, Ramiro Moreira da Silva, Orestes e Amidio Lima conhecidos como Guarda fios, eles faziam toda manutenção da rede e resolviam os problemas de falta de luz, estes homens cobriam uma área que era de Cuiabá a Pindaival, Capão do Boi, Serra das Russas, o percurso percorrido por eles iniciava na usina Casca I, esses quatro homens, se deslocavam a pé, em lombo de burros e não mediam esforços e sacrifícios para reparar os defeitos sempre traiçoeiramente camuflados (Ribeiro: 1983).
No terreno do entorno da hidrelétrica que foi inaugurada em 1928, foi construída no ano de 1929 a casa do Governador, antiga residência de descanso dos governadores da época, construída portanto junto à Usina Casca I. A casa também era chamada de "A Cascata do Governador"
A partir do governador do Estado de Mato Grosso do ano de 1928, que na época era o Dr. Mário Corrêa da Costa, todos os demais governadores usavam a Casa do Governador ou Cascata do Governador, como área de descanso e lazer, construída em um local privilegiado, bem em cima da Cachoeira do Rio da Casca.
O local foi dotado de infra-estrutura com: piscina artificial, pontes, quiosques, churrasqueiras, e uma cachoeira que surgiu no canal de derivação do Rio Casca, com o nome de Cachoeira do Governador, escadaria para descer até a casa das máquinas e cachoeira, escola e várias casas de funcionários, a mata ciliar no leito do Rio da Casca esta preservada.
Casca I teve uma vida útil de mais de cinquenta anos e passou por muitas reformas e adaptações.
Em 1941, esta usina teve a sua capacidade duplicada no governo do interventor Júlio Strubing Müller. Em 1954, no governo do Dr. Fernando Corrêa da Costa, voltou a ser reformada, quando também foi decida a construção de uma nova usina hidroelétrica no rio da Casca, pouco à jusante da primeira, com disponibilidade energética quatro vezes superior aquela.
Em 1960, no governo do Sr. João Ponce de Arruda, a capacidade desta usina foi completada sendo neste mesmo período foi criada a Centrais Elétricas Matogrossenses (CEMAT), como órgão diretor da política energética do Estado, tualmente com o nome de Rede CEMAT
Neste complexo, ainda funcionam gerando energia porém de forma privatizada as unidades Casca II e Casca III.
A Usina Hidroelétrica Casca I Foi tombada no ano de 2009, pelo patrimônio histórico estadual, e a partir dai esta no aguardo de um projeto que definirá o seu uso e ocupação, que nesta altura dos acontecimentos, deverá ter um caráter de Turismo Cultural e Tecnológico com envolvimento da comunidade local, que desenvolve atividade de agricultura familiar, na ótica da economia solidária, criativa e produção que pode ser associada ao turismo.
A Comunidade Rio da Casca e tradicional, com histórico antes da construção da Usina, atualmente vivem de agricultura e pecuária de subsistência e venda dos excedentes da produção, uma das atividades que tem dado visibilidade para comunidade e a realização do Festival do Caju - Cascaju,
O Festival do Caju - Cascaju, acontece todo ano no distrito do Rio da Casca. O objetivo do festival, organizado pela Associação de Pequenos Produtores Rurais do Rio da Casca em parceria com a Empaer e prefeitura do município, é divulgar e resgatar a tradição da comunidade na fabricação de doces e produtos derivados da fruta, onde Participam da festa os moradores, produtores rurais, estudantes e visitantes.
Pesquisa: Rede de Memórias l 50 Anos da Implantação da Energia Elétrica em Mato Grosso
Artigo : Geraldo Donizeti i Lucio

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