10 de novembro de 2014

Uma poetisa na Academia Mato-grossense de Letras



Cuiabá-MT
A vinda de Marta Cocco para Mato Grosso foi muito além do processo migratório dos anos 90. Logo após a publicação do seu primeiro livro de poesia, Divisas, em 1991, ela saiu do Rio Grande do Sul para se aproximar dos pais que se estabeleceram em Diamantino. Trazia na bagagem dois diplomas, de zootecnia que nunca praticou e de letras, que lhe deu a sustentação para ficar em Cuiabá, lecionando literatura por 5 anos no ensino médio para depois assumir as aulas de Literatura na Unemat, em Tangará da Serra.
                                                    
Depois de passar pelo Patronato Santo Antônio e pelo Colégio São Gonçalo ingressou no ensino superior, na Universidade de Várzea Grande (Univag). Dali foi para a Unemat e consolidou sua primeira vocação: desde menina brincava de professora. Em todo este tempo Marta não parou de escrever, dando sequencia à sua segunda vocação, a de escritora. Aqui afloraram os livros Partido (1997), Meios (2001), Sete dias (2007) e Sábado ou Cantos para um dia só (2011), todos de poesia. Com Meios recebeu o prêmio Mato Grosso de Ação Cultural. Recentemente, Marta lançou mais dois livros infantis, Lé e o elefante de lata (2013) e Doce de formiga (2014). 
                                    
Seu trabalho em Mato Grosso como pesquisadora da poesia local a levou para a Academia Mato-grossense de Letras, onde tomou posse no dia 31 de outubro para “colaborar com um movimento que está ocorrendo lá dentro, no sentido de valorizar produções mais afinadas com a contemporaneidade e de desejar maior participação de estudantes, de leitores de todas as idades e de municípios do interior de Mato Grosso”, conforme disse a escritora em sua página no Facebook. 
            
Esta colaboração com a literatura mato-grossense, na verdade, já vem ocorrendo há muito tempo. Para sua tese de mestrado, defendida na Universidade Federal de Goiânia, Marta Cocco estudou o trabalho da escritora Lucinda Persona, que tem sua produção literária centrada em Mato Grosso e lançou, em 2006, “A literatura brasileira produzida em Mato Grosso – regionalismo e identidade”. Também desenvolveu, em 22 anos no Estado, uma extensa atividade acadêmica voltada para a literatura mato-grossense composta por capítulos de livros, artigos científicos para congressos, apresentações de trabalhos e publicações em jornais. 
                          
Apesar desta intensa atividade voltada para Mato Grosso, Marta Cocco define seu trabalho poético como universal e ressalta sua admiração por poetas como Carlos Drummond de Andrade, Mario Pessoa, Ferreira Gullar e Adelson Prado que coloca num mesmo plano dos mato-grossenses Guilherme Ricardo Dick, Tereza Albues, Aclyse de Matos, Santiago Vilela Marques, Antonio Carlos Lima, Eduardo Ferreira e os integrantes da banda Cashmere Bouquet, além de Ivens Scaff.
                                             

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