GUILHERME BLATT
Redação/Secom-MT
Os torcedores mais desavisados que forem até a Arena Pantanal nesta terça-feira (24.06) poderão tomar um susto. Dentro do gramado estará uma equipe sul-americana que joga com camisas amarelas, apoiada por uma arquibancada vestida de amarelo. Dentro de campo, uma equipe com atacantes habilidosos e meio-campistas técnicos, jogando um futebol alegre. Quem não estiver prestando atenção vai achar que o Brasil está jogando, mas na verdade a Colômbia é que estará em campo.
Gabriel Rossi/Getty Images-Fifa
Ausente dos mundiais há 16 anos, a seleção colombiana chegou ao Brasil cercada de expectativas. Segunda colocada nas eliminatórias sul-americanas, a equipe ocupa atualmente a oitava colação no ranking da FIFA e tem vários jogadores se destacando nas principais ligas europeias, como o atacante Jackson Martínez do Porto e os meio-campistas James Rodríguez do Mônaco, Juan Cuadrado da Fiorentina e Fredy Guarín da Internazionale de Milão.
Mas, entre todos esses nomes, o grande destaque é o atacante Radamel Falcao Garcia, batizado desta forma em homenagem ao craque brasileiro Paulo Roberto Falcão. Aos 28 anos, o jogador do Mônaco da França vivia o auge da sua carreira e atualmente é um dos jogadores mais caros do mundo. Infelizmente, o craque sofreu uma contusão no joelho no último dia 23 de janeiro. O país se mobilizou por sua recuperação, mas, apesar do esforço do atacante, ele não conseguiu se recuperar a tempo de participar do mundial e foi cortado.
Isso não significa que a Colômbia não tenha bons jogadores para fazer uma boa campanha. Além dos nomes já citados, a atual geração de Los Cafeteros, como são conhecidos, se destacou nas últimas eliminatórias pela qualidade da sua defesa. Em 16 jogos, a equipe dirigida pelo argentino José Pekerman sofreu apenas 13 gols, melhor defesa da fase classificatória. No setor, o grande destaque é o veterano zagueiro Mario Yepes, de 38 anos, capitão da equipe. Outro destaque é o goleiro Faryd Mondragón que completará 43 anos durante o torneio e participa de sua terceira Copa do Mundo. Isso porque a Colômbia ficou de fora das últimas três edições.
A Colômbia já esteve presente em quatro copas. A primeira participação foi no Chile em 1962, quando os colombianos foram eliminados na primeira fase, sem vencer nenhum jogo. O único destaque da campanha dos cafeteiros foi o empate com a União Soviética em 4x4, depois de estarem perdendo o jogo por 4x1. Nesta partida, em uma cobrança de escanteio o meio-campista Marcos Coll marcou o único gol olímpico da história dos mundiais. Uma incrível façanha, ainda mais porque no gol adversário estava o lendário goleiro soviético Lev Yashin.
Adam Pretty/Getty Images-Fifa
A Colômbia só retornou aos mundiais em 1990, com o aparecimento de uma geração inesquecível que tinha Carlos Valderrama e Freddy Rincón como os principais destaques. Na Copa realizada na Itália, os colombianos tiveram a sua melhor participação, chegando até as oitavas de final, quando perderam para a surpreendente seleção de Camarões após uma falha do folclórico goleiro René Higuita.
Mesmo com a atual boa geração, nunca os colombianos chegaram com tanta expectativa como na Copa de 1994, nos Estados Unidos. Naquela vez, os cafeteiros fizeram uma campanha impecável durante as eliminatórias sul-americanas, liderando o seu grupo e obrigando a tradicional Argentina a ir jogar a repescagem. A trajetória incluiu uma goleada contra os argentinos por 5x0 em pleno estádio Monumental de Nuñez em Buenos Aires, na maior derrota sofrida pelos argentinos jogando em seus domínios. A qualidade do jogo colombiano levou o Rei Pelé a apontá-los como os favoritos para a conquista do torneio.
No entanto, a Colômbia estreou com uma derrota para a Romênia por 3x1 e outra derrota para os anfitriões na segunda rodada, acabou eliminou os sul-americanos ainda na primeira fase, provocando a maior decepção do torneio. Os colombianos ainda estiveram presentes na Copa da França em 1998, mas com um time envelhecido, acabaram eliminados na primeira fase.
A expectativa agora é superar a campanha de 1990. E a equipe começou bem, vencendo seus dois primeiros jogos pela primeira vez na história e conquistando a vaga para as oitavas de final de maneira antecipada. Conta o Japão, os cafeteiros buscam terminar a primeira fase com 100% de aproveitamento.
O futebol é o esporte mais popular da Colômbia e o campeonato local está entre os mais disputados da América do Sul, com uma forte rivalidade entre os principais times das maiores cidades. O Millonarios e Independiente Santa Fe de Bogotá, o Atlético Nacional e o Independiente de Medelín, e o América e o Deportivo de Cali.
Em uma pesquisa divulgada em janeiro de 2014, denominada Barômetro Global de Otimismo, a Colômbia foi considerada o segundo país mais feliz do mundo, atrás apenas de Fiji. De acordo com a pesquisa, 86% dos colombianos se consideram felizes. A boa campanha dos cafeteiros na Copa do Mundo pode levar os colombianos para o topo deste ranking.
Nenhum comentário:
Postar um comentário