9 de novembro de 2013

Transporte de vagões durou 45 dias

Para trazer a primeira composição do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da Espanha até Cuiabá, foi necessária uma grande operação de logística 

Edson Rodrigues/Secopa
Os primeiros vagões do Veículo Leve sobre Trilhos desfilaram ontem de manhã pelas ruas da Grande Cuiabá

JOANICE DE DEUS
Da Reportagem Diário de Cuiaba

Formada por três vagões com sete carros, a primeira composição do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) já está no Centro de Manutenção do modal, em Várzea Grande. Para isso, foram necessários seis meses de elaboração de toda a operação e 45 dias para o transporte dos trens. 


De acordo com o CEO da Mac Logística, Everaldo Barros, o tempo de transporte desta composição foi mais demorado porque se trata de um teste para toda a cadeia logística, que englobará os 120 vagões e 40 módulos que compõem o metrô de superfície. Cada composição tem capacidade para transportar até 400 passageiros. 

"Trata-se de uma logística bastante inovadora e que consumiu um tempo importante de toda a equipe de engenharia, de toda equipe de projetos para desenvolver uma logística, principalmente, segura", disse. A Mac Logística foi contratada para transportar os carros da fábrica da CAF, na Espanha, até a capital. 

Em cima de três carretas, a composição deixou o Porto Seco de Cuiabá, no Distrito Industrial, ontem pela manhã, e, antes de ser levada para o Centro de Manutenção, percorreu avenidas de Cuiabá e ficou estacionada em frente à Praça das Bandeiras, na avenida Historiador Rubens de Mendonça (CPA), para apresentação à imprensa. 

Conforme Barros, o manuseio é bastante delicado porque não pode haver içamento dos carros. "Toda essa operação decorreu de uma logística que permitisse toda a execução do trabalho sem içamento. Desde a Espanha, equipamos os caminhões que retiram (os vagões) da fábrica e os contêineres com trilhos, assim como as carretas aqui no Brasil", disse. "O maior percalço era certificar a garantia da integridade do VLT. Esse foi o nosso maior desafio e isso nós conseguimos”, acrescentou. 

Para as próximas operações, Barros espera que o tempo de transporte das demais composições seja de 40 dias. "O mais longo é o transporte oceânico, em torno de 30 dias de viagem. Já o transporte rodoviário leva em média cinco dias do Porto de Santos (SP) até Cuiabá”, disse. 

A entrega de todos os lotes, segundo Barros, irá seguir cronograma da Secretaria Extraordinária para a Copa do Mundo (Secopa). Até dezembro, mais quatro carros do VLT deverão desembarcar no Brasil. A previsão é que até abril de 2014 todas as composições estejam em Cuiabá. 

Segundo Barros, os trechos a serem percorridos no transporte dos próximos carros já estão definidos e os vagões não mais deverão passar por dentro da cidade. Portanto, sairão do Porto Seco de Cuiabá diretamente para o Centro de Manutenção, onde o modal será descarregado sobre os 50 metros de trilhos já assentados no local e passará por testes de comunicação, passagem de energia, iluminação, ar condicionado, frenagem e aceleração. 

O transporte da primeira composição do VLT durou praticamente toda a manhã, uma vez que as três carretas andam pela cidade em velocidade média de 30 km/h. À medida em que os vagões passavam, o trânsito era bloqueado por agentes de trânsito ou guardas municipais e, inevitavelmente, formavam filas de veículos. Em seguida, o trânsito era imediatamente liberado. 

Ao menos na avenida Vereador Jorge Witizack, no Bairro Cristo Rei, em Várzea Grande, foi necessário que equipes da Cemat, que acompanhavam o comboio, erguessem os fios de energia elétrica para que as carretas com os vagões pudessem passar. 

A obra do VLT está orçada em R$ 1,4 bilhão. O novo modal será implantado nas principais avenidas de Cuiabá e Várzea Grande, totalizando 22 quilômetros de extensão. Estão previstas 33 estações de embarque e desembarque e três terminais de integração. 

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